Aufenthalt.

Fotos: Arquivo Pessoal / Rodolfo L. Hott

Escrevo hoje, para um amigo que esteve presente em inúmeros momentos da minha vida e agora explora o mundo. Tento, mesmo que saiba que não conseguirei completamente, expressar tudo aquilo que cada imagem nova deste novo lugar me faz ter vontade de dizer, me inspira. Ele ganha o mundo, eu ganho uma amizade com a certeza de que nem pela distância se abala.

Eu escrevo e ele, assim como diz a música que escolho para o post, deixa sua marca no mundo.

Eis, então, aquilo que escrevo:

Chega pelos ideais. Pelas ideias que genialmente o movem para alçar rumo ao que nunca conheceu com os próprios olhos. Intimamente, conhece. Conhece e tem o mundo todo concentrado numa alma que não pode parar mas que, ainda assim, sabe exatamente como permanecer.

Permanece pelas escolhas. Pelas chegadas e pelas partidas das asas e trens que o levam a todo lugar. Permanece onde reconhece suas raízes. Fixa-se naturalmente ao solo onde seus pés, por ora, escolhem pisar: solos tão naturais quanto a primeira terra que tocou.

É de sua própria natureza. Aquela que ele vê com as únicas lentes capazes de capturar a essência do inesquecível: seus olhos. Suas janelas de alma sempre estiveram voltadas para o mundo todo, no qual se acostumou a uma realidade sempre límpida, translúcida e transparente.

Voltas e voltas no mundo, sempre há uma volta a dar. Um retorno possível para qualquer lugar que seja, desde que se plante e se disponha a cultivar. Cultivam-se ideias, novidades, encantos, recantos. Cultivam-se lares que transcendem tijolos, paredes e construções físicas. São lares edificados na mente, na mudança de ser.

Lares que abrigam tua essência e acrescentam bagagens que são pesadas o suficiente para marcar e leves o bastante para carregar. Onde permanece, também deixa um pouco de si. Dos registros que leva, do que sente, do que é.

Sendo, compreende. Em compreensão, sabe que viagens e mudanças de lugar a todo tempo nunca impedem um permanecer.

Larissa Mariano